segunda-feira, janeiro 15, 2007

 

Estive a um clik de apagar esta página e tudo o que aqui já deixei desde 2004. Fiquei escandalizado quando descobri que não deixo nada de novo vai para 3 meses, achei que para quadros já me chegam as paredes de casa tão vazias. Habituei-me a nunca fazer coisa alguma por obrigação, tudo o que aqui deixei foi sempre por necessidade e porque fiz questão em partilhar. De Agosto até hoje muita coisa mudou, e fui eu quem mais fez para isso acontecer. Um professor do Reino Unido, que trabalha a sério com as coisas com as quais eu andei a tentar fazer alguma coisa, disse-me quando soube que eu tinha deixado de ser bolseiro (sim eu era bolseiro, aquela "profissão" que faz o país de facto crescer sem que ninguém consiga dar por isso) "I understand you ... science don't make money ...." Sorriu logo em seguida, enquanto tirava uma fatia da mesma variedade do queijo que eu ainda estava a mastigar. Inclinou o copo cheio de vinho português e fez-me inveja ... eu tinha ainda 300km de bólide pela frente. Ser bolseiro é a melhor forma de vida que se pode levar a seguir à vida de estudante. Eu cansei-me, precisava de ganhar mais e preciso muito de ver resultado do esforço. É o que dá chegar aos 25 anos a viver às custas dos pais e a fazer pouco mais do que comer, dormir e respirar.

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No outro dia fui andar de bicicleta.
Fui ao tecto do Alentejo. No último ano andei o mesmo que estava acostumado a andar durante uma semana. Foram muitas manhãs, tardes e algumas noites também, em cima da bicicleta, que fizeram uma grande parte do que sou hoje. Habituei-me a contar comigo, mesmo quando era o meu pai quem (já) de noite me ia buscar a qualquer lado onde a maquina ficara em mau estado e eu finalmente conseguia uma oportunidade de telefonar (não havia telemóveis). Aprendi a estar sozinho e os percalços de muitas voltas ensinaram-me a ser auto-suficiente e que o medo é psicológico. Deve ser por isso que nunca me habituei a contar com os outros.