sexta-feira, dezembro 31, 2010

 

Elogio da Bicicleta

Uma bicicleta é, tal como um diamante, para sempre. Não por acaso, quando queremos dar o exemplo de uma aprendizagem que nunca mais se esquece, dizemos: «É como andar de bicicleta». É um meio de transporte urbano perfeito: não ocupa espaço, não é perigoso de conduzir, é simples de manter e simples de reparar, é extremamente económico, ecológico e duradouro. E, ainda por cima, tem uma série de vantagens homeopáticas que lhe são exclusivas: nenhum outro meio de transporte trata da nossa saúde e forma física enquanto o utilizamos.

por Gonçalo Cadilhe em '1 Km de cada vez'

quarta-feira, dezembro 29, 2010

 

Recordação desagradável do Natal 2010


domingo, dezembro 19, 2010

 

Reguengo IR72


sexta-feira, dezembro 17, 2010

 

Árvore de Natal 2010


 

Receita de mulher

Apanhado no livro de bolso, algures entre a estação do metro dos Olivais e Oriente

"Receita de mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como o âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteia em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebal
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37º centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.

Vinicius de Moraes, o Operário em construção
"

quarta-feira, dezembro 15, 2010

 

A ciclovia da Expo



Saio de casa às 8h e picos para descer na direcção do rio. Vou sempre pela estrada. Respeito as pessoas e os outros conductores e sou quase sempre respeitado. Daqueles que não respeitam muito, os piores são os autocarros da Carris e um ou outro Táxi. Depois é a estrada do Porto de Lisboa: fantástica! Com alguns pesados, mas perfeita para rolar. Encontramos a roulote com bifanas e logo de seguida o armazem 22 antes do 23. Daí a entrar na Expo estamos a poucos segundos. A marina fica perfeita àquela hora da manhã, apetece morar ali mesmo. Não fosse o preço daquela primeira linha de apartamentos ser tão elevado e juro que era mesmo ali que gostava de morar. Para chegar ao meu destino falta pedalar 5 minutos mais. Por fim, tenho uma ciclovia pensada para ser utilizada por pessoas que, como eu, se deslocam numa bicicleta, com mais ou menos regularidade. Infelizmente não a utilizo, recuso-me! Apenas porque é calçada irregular e me incomoda mais do que seguir por fora dela. Faz sentido ser assim?



Eu penso não!

quinta-feira, dezembro 09, 2010

 

Sete-Rios às 18h, ok?

Se prova faltava para justificar o meu regresso ao passado com a actual neo-tara por bicicletas, eis que surge algo de novo: voltei a viajar de expresso! Cinco anos depois de acabar a licenciatura...

 

Dá para sair à noite e tudo



Não consigo fugir das bicicletas, este vende-se igualmente aqui.

terça-feira, dezembro 07, 2010

 

Uma boa ideia



Há mais para comprar aqui.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

 

Onda de frio! Qual frio?