quinta-feira, fevereiro 10, 2005

 
O frigorífico emite aquele ruído irritante, como quem teima lembrar-me de alguma coisa que me esqueci. Lá fora, as conversas e gritos, carros e motas, entram pela janela do quarto, como quem me fala com cuidado - esta solidão é só minha. No fundo, ninguém quer, realmente, saber nada de ninguém!
Gosto especialmente de botões. Talvez por isso goste tanto de vestir camisas. Tenho pena de ultimamente não vestir tantas vezes algumas camisas que tenho. Adoro a piada que tem fechar um botão na sua respectiva casa. Quando tenho botões que se descoseram, arranco o pouco fio que resta de modo a poder entreter-me com aquela roda de plástico, pequena e furada, geralmente com quatro furos. Tem piada serem apenas e só quatro pequenos furos.
Faz poucos dias que me lembrei do quanto gosto de brinquedos. Já estava esquecido! Que pena, perdi tantos dias sem me lembrar do prazer que sinto quando passo as folhas de mais um catálogo de lego. O gozo que me dá imaginar diferentes coisas para montar, o desespero de não ter as peças necessárias e a liberdade de criar sempre novas histórias. Como todos os filmes que faço na cabeça sem pensar.
Volto para o meu trabalho. Quanto menos falta, mais difícil se torna faze-lo.

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